segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Novas Diretrizes para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero




O Ministério da Saúde divulgou as Novas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento de Câncer de Colo do Útero, durante a abertura da 14ª edição do Congresso Mundial de Colposcopia e Patologia Cervical, ocorrida no Rio de Janeiro, em 04 de julho de 2011. 

Atualmente, o controle do câncer de colo do útero no Brasil, segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, integra as ações prioritárias do Ministério da Saúde. Serão investidos nos próximos três anos, cerca de 5 bilhões de dólares neste tema. 

Entre as principais mudanças que passarão a ser adotadas no Brasil para a pesquisa de lesões precursoras ao câncer, está a ampliação da faixa etária para realização do exame ginecológico preventivo até os 64 anos. A medida visa garantir a realização do exame a um número maior de mulheres pelo sistema público de saúde. Fica mantida a repetição do exame a cada três anos, caso os dois primeiros resultados anuais tenham sido considerados normais. Portanto, não é nessário fazer o exame todos os anos, como muitas mulheres pensam e muitos médicos solicitam. 

As novas diretrizes tratam-se de resultado da revisão e atualização das Condutas Clínicas Preconizadas, publicadas pelo INCA em 2006. Este processo levou cerca de um ano de trabalho, foi realizado por integrantes de uma Rede Colaborativa e é uma das ações previstas no Plano de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo do Útero e Mama, lançado pela Presidência da República em Março de 2011, em Manaus
 
As ações de controle do câncer de colo do útero vão além das diretrizes. Um programa de qualificação de ginecologistas, em desenvolvimento e implementação desde 2006, visa promover maior adesão às novas recomendações, visto que a capacitação dos profissionais de saúde da rede pública e privada é um dos passos fundamentais para o sucesso no controle da doença.

Fonte: Ministério da Saúde


Pensando em divulgar este importante conhecimento para os visitantes de nosso Blog, incluindo profissionais de saúde de todas categorias, colocamos abaixo um link para acesso direto ao arquivo completo (em PDF),  com as novas diretrizes.

Cique aqui para fazer o download das Novas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento de Câncer de Colo do Útero.

domingo, 2 de outubro de 2011

8ª Conferência Estadual de Saúde da Bahia - Moções

Como relatado na postagem anterior, os delegados de Serrinha criaram duas moções para integrar o relatório final da 8a Conferência Estadual de Saúde, que seguirá para a 14a Conferênicia Nacional de Saúde. As moção receberam 100 assinaturas ou mais em cada uma e foram encaminada para votação na Plenária Final da conferência. Nesta, as moções foram apresentadas aos delegados presentes e receberam os votos da grande maioria deles.


Veja abaixo o conteúdo das moções:




MOÇÃO DE REPÚDIO
N° 007/2011

Ao CONGRESSO NACIONAL

A plenária da aa Conferência Estadual de Saúde do Estado da Bahia, realizada no município de Salvador, no período de 12 a 15 de setembro de 2011, vêm manifestar Moção de Repúdio a criação da CSS -  Contribuição Social para a Saúde.
A sociedade brasileira não suporta mais a criação de novos impostos. O Brasil já é um dos países com maior carga tributária do mundo. Queremos a Regulamentação da Emenda Constitucional 29, mas sem a criação da CSS.

N° de assinaturas: 100

Salvador, 13 de setembro de 2011







MOÇÃO DE RECOMENDAÇÃO
N° 004/2011

Ao CONGRESSO NACIONAL E MINISTÉRIO DA SAÚDE


A plenária da aa Conferência Estadual de Saúde do Estado da Bahia, realizada no município de Salvador, no período de 12 a 15 de setembro de 2011, vêm manifestar Moção de Recomendação para a valorização do profissional de saúde do SUS e desprecarização das relações de trabalho:

1 - Fim aos contratos temporários, REDA, Cooperativas;
2 - Cumprimento do artigo da Constituição Federal que exige aprovação em concurso de provas e títulos para admissão no serviço público nas esferas federal, estadual e municipal;
3 - Garantia de todos os direitos trabalhistas: férias rémuneradas, 13° salário, etc;
4 - Planos devCargo, Carreíra e Salários;
5 - Educação Permanente para os profissionais de Saúde do SUS;
6 - Criação de Carreira de estado para os funcionários de saúde do SUS.


N° de assinaturas: 107

Salvador, 14 de setembro de 2011

8ª Conferência Estadual de Saúde da Bahia - Continuação

O segundo dia da conferência iniciou com três Grandes Diálogos por subeixos, com destaque para o sub-eixo 1, cujo tema (POLITICAS PÚBLICAS, POLÍTICAS DE SAÚDE E SEGURIDADE SOCIAL: OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA INTEGRALIDADE, UNIVERSALIDADE E EQUIDADE) foi debatido pelos facilitadores convidados Dr. Jairnilson Paim (professor do Institudo de Saúde Coletiva da UFBA) e Dr. Helvecio Magalhães (representante do Ministério da Saúde).




Dr. Jairnilson Paim fez uma apresentação brilhante sobre o Sistema Único de Saúde, com informações sobre a sua história, a reforma sanitária brasileira, a gestão de trabalho, o financiamento público de saúde e a saúde suplementar. Em seguida, foi dado espaço para os delegados fazerem perguntas e vários se inscreveram. Entretanto, só foi possível fazer apenas uma rodada com cinco perguntas. As seguintes, junto com as respostas tão esperadas dos apresentadores, foram suspensas devido à chegada do ministro da saúde.



A apresentação foi interrompida por uma tremenda euforia para receber o ministro da saúde como uma celebridade, um verdadeiro oba-oba, com gritos pela platéia, pessoas levantando-se, flashes e fotos para todos os lados... Na apresentação do ministro, fomos massacrados por propaganda e marketing de governo, com detalhes sobre os avanços do SUS, as maravilhas que o governo tinha feito e estava por fazer, os bilhões empregados na saúde, etc. O ministro foi agraciado com um buquê de flores e então, passou-se a falar em primavera da saúde. Por alguns momentos, confesso que fiquei maravilhado, por alguns segundos pensei que não havia nada de errado com a saúde no Brasil. Mas então, lembrei-me das péssimas condições de trabalho, da baixa valorização do trabalhador de saúde, do caos dos hospitais de urgência e emergência, da morosidade das centrais de regulação, da dificuldade extrema de acesso a consultas e exames... E consegui, com uma certa resistência porque a ilusão era confortante, escapar do torpor e voltar à realidade.



 
  





No tarde do segundo dia foram realizadas as Plenárias Temáticas, com os delegados dividindo-se em diferentes salas, por sub-eixo, para debater as propostas emanadas das conferências municipais de saúde. Não havia possibilidade de criar novas propostas, apenas modificar as já existentes. Um total de 413 propostas foram analisadas e debatidas. Os  delegados representantes dos trabalhadores de saúde do município de Serrinha, Bruno e Taíse, ficaram no sub-eixo 1. Neste, foi debatida a Diretriz 1: Fortalecer o SUS enquanto política pública e componente da seguridade social, capaz de assegurar por meio da intersetorialidade, a efetiva melhoria da situação de saúde da população, em busca de uma sociedade saudável. Esta diretriz estava composta por 88 propostas, das quais 40 eram propostas para a 14a Conferência Nacional de Saúde. Os delegados de Serrinha participaram ativamente desta atividade, levantando destaques para as propostas e fazendo a defesa dos destaques apresentados. Esta atividade continuou na manhã do dia seguinte, quando foram escolhidas as cinco propostas prioritárias para enviar à conferência nacional.
 




No terceiro dia da conferência, os delegados de Serrinha continuaram a sua participação ativa no evento. Além dos destaques à propostas, eles criaram duas moções para integrar o relatório final da 8a Conferência Estadual de Saúde, que seguirá para a 14a Conferência Nacional de Saúde. Para uma moção ser encaminhada para votação na plenária final da conferência, seria preciso um mínimo de 97 assinaturas de apoio. Os delegados de Serrinha se desdobraram para recolher as assinaturas e conseguiram, em um curto espaço de tempo, mais de 100 assinaturas em cada uma das moções.


  


Veja aqui o teor das duas moções. Uma delas é uma moção de repúdio, dirigida ao Congresso Nacional, em relação ao novo imposto, denominado CSS (Contribuição Social para a Saúde), que o atual governo quer aprovar. Manifestamos que a sociedade brasileira não suporta mais a criação de novos impostos e defendemos a regulamentação da Emenda 29, com mais recursos para a saúde, sem novos impostos. A segunda foi uma moção de recomendação, apontando medidas para a valorização do trabalhador de saúde do SUS como: Plano de Cargos, Carreira e Salários, Carreira de Estado, Concurso para todos, etc.



Na tarde do terceiro dia, foi realizada a Plenária Final, com a leitura das propostas e seus respectivos destaques que receberam mais de 70% dos votos nas Plenárias Temáticas e também daquelas que foram suspensas pela maioria de 70% dos votos. Além disso, foram votadas, pelos delegados participantes da Plenária Final (em um total de mais de 2.000 delegados), aquelas propostas que receberam entre 50 e 70% dos votos. Após a leitura e votação de todas as propostas, foram apresentadas as  moções (em um total de 14) de apoio, repúdio, recomendação, etc. Entre elas, estavam as  duas moções dos delegados de Serrinha, Bruno e Taíse, as quais foram postas para votação e receberam os votos da grande maioria dos delegados presentes. Assim, estas moções passaram a fazer parte do relatório final da 8a Conferência Estadual de Saúde e seguiram para a 14a Conferênicia Nacional de Saúde.



O quarto e último dia da 8a Conferência Estadual de Saúde de saúde foi destinado à candidatura e eleição dos delegados da Bahia para a 14a Conferência Nacional de Saúde. O município de Serrinha ficou muito bem representado na para a conferência nacional, com um delegado titular representante dos usuários (Capila, atual presidente do conselho municipal de saúde de Serrinha), um delegado titular representante dos gestores (Ana Ofélia, secretária de saúde do município de Serrinha) e um delegado suplente representante do trabalhadores (Bruno, médico de família da ESF Bela Vista).


Um fato lamentável na 8a Conferência Estadual de Saúde foi o  desrespeito ao controle social e à paridade. Presenciamos trabalhadores de saúde, especialmente agentes comunitários de saúde e agentes de endemias,  cadastrados como delegados representantes dos usuários, vestindo a camisa e usando o crachá, enfim tomando o lugar destes. Além de gestores inscritos como usuários ou trabalhadores de saúde. Em um visível conflito de interesses, pois deve-se no mínimo suspeitar que trabalhadores de saúde inscritos como usuários não estarão ali para defender o interesse destes e sim da sua categoria. Enfim, trata-se de uma imoralidade e falta de ética e, infelizmente, esta situação vem ocorrendo também nos conselhos de saúde, principalmente em nível municipal. Os usuários, que por direito deveriam representar 50% dos conselheiros ou delegados, estão cada vez mais perdendo espaço nestes importantes locais de controle social.




Apesar de todos os problemas devido à falta de organização do evento, da propaganda de governo maciça que tivemos que suportar por horas do secretário de saúde do estado e do ministro da saúde, e do desrespeito à paridade, apesar de todos estes problemas e dificuldades vivenciados durante a conferencia estadual de saúde, concluímos que foi uma experiência muito gratificante de exercício de democracia, de empoderamento e cidadania. Sentimos a todo momento a importância de estarmos ali, pois dali sairiam as propostas para as políticas de saúde dos próximos quatro anos do país, participando da construção do Sistema Único de Saúde.




Sentimos falta de mais representantes de nossas categorias, especialmente médicos, dentistas e enfermeiros. Principalmente os dois primeiros, os quais eram raros de ser vistos na conferência. Esta mais uma vez foi dominada, em sua grande maioria, pelos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias. Estes, devido à sua grande representatividade, conseguiram aprovar muitas propostas de interesse das categorias. Dentre as propostas encaminhadas para a Conferênica Nacional de Saúde, em todas as sete diretrizes havia uma ou mais propostas exclusivas para os ACS ou agentes de endemias, como piso salarial, diminuição da jornada de trabalho, diminuição do número de famílias e pessoas acompanhadas, etc . Desta forma, teremos que mudar o lema do SUS. Ao invés de SUS para todos, teremos SUS para os ACS. Nada contra esta categoria de profissionais, que respeito muito e considero a base para a construção e implementação do Sistema Único de Saúde, especialmente na Atenção Básica e Saúde da Família. Ao contrário, creio que nós, demais trabalhadores da saúde, devemos seguir o exemplo deles (desde que agindo com ética e moralidade, respeitando a paridade), participando ativamente dos conselhos e conferências, em busca de conquistas e valorização profissional. Exemplo que os usuários também devem seguir, especialmente estes, pois é para eles que o SUS é feito e deve ser prioritariamente por estes controlado.





sábado, 1 de outubro de 2011

Enquete - Você já participou de alguma Conferência de Saúde


Chegou ao fim a nossa enquete que perguntava aos visitantes do Blog ESF Bela Vista: Você já participou de alguma conferência de saúde?

Recebemos um total de 26 votos e o resultado foi surpreendente, pois a grande maioria dos que responderam à enquete (70%) afirmou que já havia participado de alguma conferência de saúde (municipal, estadual ou nacional). Apenas 8 pessoas (30%) responderam que nunca havia participado. Em relação às conferência estadual e nacional, houve uma participação de 15% para ambas.

É um resultado positivo, pois indica que a maioria está, de alguma forma, praticando o controle social. As conferências de saúde representam, junto com os conselhos de saúde, importantes espaços para o exercício deste princípio fundamental do Sistema Único de Saúde.

Não há como fazer o SUS avançar, se não for com base na participação de todos, incluindo gestores, trabalhadores e usuários. A ideia de um sistema de saúde universal com equidade, para toda a população de uma país, é extraordinária. É inegável que já conseguimos muitos avanços na área de saúde nos últimos anos, como a redução da mortalidade materna e infantil. Mas, todos sabemos, o SUS está longe do ideal. É preciso melhorar muito, principalmente no que diz respeito ao acesso, acolhimento, tratamento humanizado e nas urgências e emergências. 

Entretanto, não adianta ficar apenas reclamando das deficiências do sitema de saúde. Se você usa o SUS, é preciso participar da sua construção, que é contínua, e implementação. E uma das formas de fazer isto é frequentando as conferências de saúde, fazendo propostas, recomendações e questionamentos. Nas conferências de saúde é que são definidas as politicas de saúde para os próximos anos. Portanto, não deixe de participar.

Resultado da Enquete

Você já participou de alguma Conferência de Saúde:


                                       Sim - Conferência Municipal                     16 (61%)
                                       Sim - Conferência Estadual                        4 (15%)
                                       Sim - Conferência Nacional                        4 (15%)
                                       Nunca participei                                          8 (30%)

                                       Total de Votos: 26



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