sábado, 18 de junho de 2011

Principais Problemas - Baixo Índice de Aleitamento Materno Exclusivo

A partir de agora, passaremos a detalhar os problemas prioritários da área de Bela Vista, que estão sob votação para a escolha do principal. Não só para ajudar na escolha de quem vai votar, mas também para que todos possam conhecer melhor os problemas da área.

Nos últimos meses, a equipe de saúde da família de Bela Vista realizou, em suas reuniões semanais, uma análise da situação de saúde da área de abrangência, identificando os seus problemas prioritários. Para isto, foram utilizados os dados obtidos em sistemas de informação como o SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica), SSA2 (Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias na Área), PMA2 (Produção e Marcadores para Avaliação), SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), SIM ( Sistema de Informações sobre Mortalidade ), ficha A dos ACS e Relatório da Vigilância Epidemiológica Municipal, com o resultado das coberturas vacinais da área de abrangência e prontuários dos pacientes. Apesar da dificuldade em encontrar certos dados e alguns deles estarem desatualizados, foi possível fazer a análise, identificando os problemas prioritários.

  



Um destes dados encontrados, que nos surpreendeu negativamente, foi o baixo percentual de aleitamento materno exclusivo.

Ou seja, dentre o total de mães da nossa área, qual o número daquelas que ofertam o leite materno de maneira exclusiva, sem adição de nenhum outro alimento, até os 06 meses, para os seus filhos.






Através da análise dos dados, descobrimos um percentual de apenas 50 % de aleitamento materno exclusivo. Ou seja, metade das mães da nossa área não oferecem exclusivamente o leite materno até os 06 meses. Este é um problema sério, tendo em vista os benefícios do leite materno, que estas crianças estão deixando de obter.


Vejam abaixo as vantagens do leite materno para a mãe e o bebê:





Nenhum leite de fórmula pode substituir as propriedades originais do leite materno. Mesmo com todas as vitaminas, minerais e suplemento adicionados.

Leite materno é a única nutrição natural, completa e complexa para os bebês, além de promover uma ligação excepcional entre a mãe e o bebê.






Vantagens para o bebê


O leite materno contém todas as proteínas, gorduras, lactose, vitaminas, ferro, minerais, água e enzimas nas quantidades exatas requeridas para o crescimento e desenvolvimento ótimo do bebê.

Os bebês alimentados com leite materno são mais saudáveis. O leite materno contém as substâncias que impedem que as bactérias prejudiciais cresçam nos intestinos e causem infecções gastrointestinais e diarreias.

Os bebês alimentados com leite materno têm menos otites, menos infecções respiratórias, um menor risco de desenvolver alergias, câncer da infância, diabetes infantil e obesidade.
Têm ainda um menor risco da síndrome de morte súbita.

O leite materno está livre de bactérias e têm propriedades anti-infecciosas.

O leite materno está à temperatura ideal e não necessita de nenhuma preparação. Está disponível sempre que o bebê precisa.

Os bebês alimentados com leite materno têm uma menor probabilidade de desenvolver na idade adulta a diabetes, doenças cardíacas, eczemas, asma e outras alergias.

Promove o desenvolvimento intelectual e visual.

Leite materno é mais do que apenas um alimento, realça a ligação emocional entre a criança e a mãe e fornece o calor, o amor e a afeição.


Vantagens para a mãe


A amamentação ao peito reduz o sangramento do pós-parto e as possibilidades de anemia.

A amamentação ao peito ajuda a mãe a recuperar a sua forma física.

A amamentação ao peito atrasa o retorno da fertilidade.

Amamentar diminui a probabilidade de: contrair câncer da mama e dos ovários, e osteoporose.

Amamentar ao peito aumenta a autoconfiança da mãe e uma maior interação com o seu bebe.

Está sempre disponível e conserva a energia, o tempo e o dinheiro.

Os bebês amamentados com leite materno são mais saudáveis, o que se traduz num menor absenteísmo das mães ao trabalho.



Após identificarmos o problema do baixo percentual de aleitamento materno exclusivo, passamos a aprofundar nossa discussão, elegendo as causas e consequências para este problema.



Causas:  
  • Falta de informação/orientação, ou não seguimento das orientações recebidas;
  • Tabus, crenças, costumes e ideias equivocadas: “meu leite é fraco”, “não produzo leite”, “meu leite secou”, etc.
  • Acréscimo de outros alimentos prematuramente, antes da criança completar os 06 meses;
  • Uso de mamadeira, chupeta, etc.;
  • Comodidade e falta de disposição em ofertar o leite materno de acordo com a demanda;

  • Pré-natal ou puericultura não realizados ou incompletos. Falta às consultas.
  • As avós podem influenciar as mães, através de costumes: oferecer chá se a criança apresentar cólica, mingau, farinha ou goma se a criança continuar chorando após a amamentação.

Consequências:
  • Aumento da mortalidade infantil - maior risco de óbito no primeiro ano de vida;
  • Desnutrição infantil; 
  • Crianças com baixa imunidade, devido à falta de anticorpos maternos, com adoecimento mais frequente; 

  • Aumento da frequência de internamento hospitalar das crianças, devido a infecções gastrointestinais e respiratórias; 
  • Crianças com mais alergias aos alimentos;
  • Prejuízo das funções de mastigação, deglutição, respiração e articulações dos sons da fala; 
  • Maior número de problemas gastrointestinais: diarréia, cólicas intestinais, constipação; 



  • Elevação do risco de sobrepeso e obesidade na infância, adolescência e idade adulta; 
  • Ausência do vínculo mãe-bebê promovido pelo aleitamento materno; 
  • Para a mãe: perda da contracepção natural oferecida pelo aleitamento materno exclusivo; maior risco de desenvolver câncer de mama e ovário.





Finalmente, tendo em vista tudo que foi dito acima sobre os benefícios do aleitamento materno exclusivo e as terríveis consequências da falta deste, fica claro que é inaceitável ter apenas 50% das mães de uma área de abrangência da estratégia de saúde da família seguindo este procedimento. Por este motivo, este foi colocado como um dos principais problemas da área de Bela Vista.





segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entrega de Novos Fardamentos para os Agentes Comunitários de Saúde

No dia 10 de junho de 2011, a enfermeira da equipe de saúde da família de Bela Vista, Thyale, realizou a entrega do novo fardamento para os agentes comunitários de saúde, fornecido pela Prefeitura Municipal de Serrinha, através da Secretaria Municipal de Saúde.





O kit de fardamento é composto por:

01 par de sapatos;
01 boné;
02 camisas;
02 calças;
01 pasta e
02 unidades de protetor solar.

domingo, 12 de junho de 2011

11° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade - Apresentação de Trabalhos

Nos próximos dias 23 a 26 de junho de 2011 será realizado, em Brasília, o 11° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. Evento organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que reunirá mais de 3.200 especialistas em medicina de família e comunidade e áreas correlatas de todo o País, convidados internacionais, além de representantes do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS).



O médico da equipe de Saúde da Família de Bela Vista, Dr. Bruno Matos Corrêa, participará do congresso, onde vai apresentar dois trabalhos científicos: SÍNDROME BURNOUT EM MÉDICOS DO TRABALHO PARTICIPANTES DE CONGRESSO NACIONAL DA ESPECIALIDADEPÊNFIGO VULGAR EM UMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESF: RELATO DE CASO. Este último corresponde ao relato de caso de uma paciente, com uma doença rara e muitas vezes letal se não tratada, que reside em nossa área de abrangência e é acompanhada pela ESF de Bela Vista.  Desta forma, o médico apresentará sua experiência, além de divulgar o nome da equipe, comunidade e município onde trabalha, para os participantes do congresso.



Veja abaixo os detalhes dos trabalhos a serem apresentados, incluindo o resumo dos mesmos:
11º CBMFC - Trabalhos

NOME:
Bruno Matos Corrêa
FORMA
Comunicação oral coordenada
TIPO
Pesquisa quantitativa
EIXO
Pesquisa
TÍTULO
SÍNDROME BURNOUT EM MÉDICOS DO TRABALHO PARTICIPANTES DE CONGRESSO NACIONAL DA ESPECIALIDADE
AUTOR PRINCIPAL
BRUNO MATOS CORRÊA
APRESENTADOR
BRUNO MATOS CORRÊA
CORPO DO RESUMO
A Síndrome Burnout é um processo que conduz a uma reposta inadequada do organismo a agentes estressores no trabalho, com implicações emocionais, de caráter crônico, cujos traços principais são: esgotamento físico e psicológico, atitude fria e despersonalizada e sentimento dilacerante de fracasso em relação ao trabalho. É descrita como um incêndio devastador, interno, que reduz a cinzas a energia, as expectativas e a autoimagem de alguém, antes profundamente entusiasta e dedicado ao trabalho. Caracteriza-se pelo acometimento do indivíduo em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização pessoal. Exaustão emocional refere-se ao sentimento de sentir-se sobrecarregado e esgotado em seus recursos físicos e emocionais. Despersonalização refere-se a uma resposta negativa, insensível ou desinteressada ao trabalho. Reduzida realização pessoal refere-se a sentimentos de incompetência, falta de conquistas e baixa produtividade no trabalho. O diagnóstico de Burnout é definido quando são encontrados escores altos nas duas primeiras dimensões e escores baixos na terceira. As ocupações cujas atividades estão dirigidas a pessoas e que envolvem contato muito próximo, preferencialmente de cunho emocional, são tidas de maior risco ao Burnout. Os médicos estão entre os profissionais mais afetados. Este trabalho tem por objetivo determinar a prevalência da Síndrome de Burnout em médicos do trabalho participantes do 14° Congresso da ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho, utilizando o Maslach Burnout Inventory e questionário de dados sócio demográficos. Realizou-se uma investigação, através de entrevistas estruturadas, com 59 médicos do trabalho, 26 homens e 33 mulheres, participantes do 14° Congresso Nacional da especialidade, no período de 15 a 21 de maio de 2010. Os resultados mostram uma prevalência de Burnout em 18% da amostra. Dentre os médicos do trabalho pesquisados, 44,1% apresentaram nível alto de exaustão emocional, 35,6% nível alto de despersonalização e 25,4% nível baixo de realização pessoal. Demonstrou-se que 83,1% dos médicos do trabalho entrevistados consideram a atividade desempenhada como fator de interferência na vida pessoal, e 10,2% da amostra pensam na possibilidade de mudar de profissão e abandonar a medicina. O estudo enfatiza a necessidade de maior conhecimento da Síndrome Burnout, incluindo seus fatores desencadeantes e moderadores, manifestações e, sobretudo, formas de prevenção, por profissionais de saúde e trabalhadores. Para que estes, especialmente os cuidadores, possam manter-se mentalmente saudáveis. Este trabalho é pioneiro ao abordar a Síndrome de Burnout exclusivamente em médicos do trabalho, mas não é conclusivo, chamando atenção para uma população que precisa ser mais estudada pelos pesquisadores da área.
   
11º CBMFC - Trabalhos
NOME
Bruno Matos Corrêa
FORMA
Comunicação oral coordenada
TIPO
Relatos de experiência
EIXO
Cuidado individual, familiar e comunitário
TÍTULO
PÊNFIGO VULGAR EM UMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA ESF: RELATO DE CASO
AUTOR PRINCIPAL
BRUNO MATOS CORRÊA
APRESENTADOR
BRUNO MATOS CORRÊA
CORPO DO RESUMO
Pênfigo vulgar é uma doença auto-imune rara, crônica e com elevada morbidade, podendo ser letal em mais de 90% dos casos não tratados. Caracteriza-se por lesões vesiculo-bolhosas que acometem pele e mucosas. Ocorre principalmente entre a quarta e sexta décadas de vida. Cerca de 90% dos pacientes tem envolvimento oral e em geral a enfermidade tem início neste local, com lesões exulceradas, que posteriormente acometem a pele. O diagnóstico é feito pelo exame histopatológico, que evidencia acantólise, com bolhas intraepidérmicas acima da membrana basal. O tratamento de escolha é a corticoterapia, sendo prednisona a droga mais usada. Apresenta-se um caso de pênfigo vulgar em uma paciente de 49 anos, residente em área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família. O quadro iniciou com gengivite, persistindo por dezoito meses. Posteriormente, passou a apresentar lesões vesiculo-bolhosas em mucosa oral, semelhantes a aftas, que se tornaram exulceradas. A paciente procurou diversos profissionais de saúde, sendo prescritos vários antibióticos, anti-inflamatórios e antifúngicos. Mas as lesões persistiram e difundiram-se por toda mucosa oral. Após quatro meses, apresentou lesões vesiculo-bolhosas por todo corpo, com rompimento fácil, devido à pele fina e frágil, exulceração das lesões e formação de crostas. O exame histopatológico, feito após dois meses, evidenciou lesão bolhosa compatível com pênfigo vulgar. Foi iniciada terapia com prednisona, associada, após treze dias, a azatioprina. Evoluiu com melhora acentuada das lesões. Após um ano de seguimento, encontra-se sem surgimento de novas lesões. Entretanto, desenvolveu Diabetes Mellitus, com glicemias de difícil controle, e HAS. Encontra-se em acompanhamento pela equipe de saúde da família, com boa evolução do quadro clínico e controle dos níveis glicêmicos e pressóricos. O relato deste caso demonstra que o pênfigo vulgar, apesar de raro, deve ser conhecido pelos profissionais das ESF, especialmente os dentistas - pois as lesões geralmente iniciam-se na mucosa oral. Primeiro, para que se possa fazer um diagnóstico precoce de uma doença potencialmente letal - os estudos identificam um tempo médio de 24 meses de sintomas antes do diagnóstico. Segundo, porque os pacientes necessitam de acompanhamento prolongado, pois a terapia controla, mas não cura a doença. Terceiro, porque são necessários esclarecimentos e orientações a respeito da doença. Finalmente, porque muitos pacientes perecem pela complicação do tratamento e não pela doença propriamente dita. Neste contexto, a ESF adquire importante função, tendo em vista a proximidade e criação de vínculo, como responsável em promover um cuidado integral e contínuo a estes pacientes.
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