domingo, 24 de julho de 2011

I Degustação de Queijos e Vinhos da ESF de Bela Vista





Na próxima quinta-feira, dia 28 de Junho de 2011, às 09:00h, será realizada a I Degustação de Queijos e Vinhos da ESF de Bela Vista. O evento, promovido pela equipe de saúde da família de Bela Vista, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde,   acontece no dia da reunião mensal do grupo de Hiperdia (Hipertensos e Diabéticos).


Já  foram distribuídos convites aos diabéticos e hipertensos da comunidade. O evento também foi anunciado na rádio comunitária. Só faltava divulgar no Blog da equipe, o que estamos fazendo agora.



No dia do evento, inicialmente realizaremos uma palestra para apresentar os benefícios da uva e vinho para a saúde. Haverá a mostra de um vídeo sobre o tema.




Em seguida, serão apresentadas as técnicas de degustação do vinho, para que os participantes aprendam como apreciar melhor a bebida. Incluindo o exame visual (cor, brilho, transparência), o exame olfativo (reconhecimento dos aromas) e o exame gustativo (açúcares, amargor, álcool, acidez, textura).

















Finalmente, haverá a degustação de 02 vinhos tintos e 01 vinho branco (todos secos). Antes, será feita uma apresentação sobre cada tipo de vinho a ser degustado, informando a suas características: procedência, safra, uvas empregadas, teor alcoólico, preço e o que esperar de cada um deles na degustação. Serão dados detalhes também sobre cada tipo de uva presente nos vinhos degustados.







Os vinhos serão colocados em taças de vidro ou acrílico. Ao lado de cada taça de vinho, haverá uma taça ou copo com água mineral.




Além disso, também será oferecido aos participantes: torradas, pão integral, uvas, queijo ricota e azeite de oliva.




Como opção aos vinhos, teremos degustação de suco de uva integral.








Ao final, cada participante receberá como brinde a taça que usou durante a degustação. Além disso, serão sorteadas 02 garrafas de vinho tinto seco, uma garrafa de vinho branco seco e dois litros de suco de uva integral.  

 















Os valores medicinal e nutricional da uva já são conhecidos há milhares de anos. Os egípcios consumiam essa fruta há pelo menos seis mil anos atrás, usualmente na forma de vinho. Na década de 1970, pesquisadores notaram que habitantes de certas regiões da França, consumidores de vinho tinto, apresentavam menor índice de doenças cardíacas do que as outras populações ocidentais, apesar de consumirem mais gordura na sua dieta. Esta observação foi denominada de paradoxo francês. Subsequentemente, as pesquisas confirmaram a presença de altas concentrações de antioxidantes polifenólicos (também conhecidos como flavonoides) na casca das uvas vermelhas, base da produção do vinho tinto.


Os flavonoides possuem ação antioxidante, captadora de radicais livres, inibidora da peroxidação lipídica e da oxidação do LDL, vasodilatadora do endotélio, antiagregante plaquetária, aumentam a liberação de óxido nítrico pelas plaquetas, inibem a liberação de histamina pelos mastócitos e aumentam o nível de antioxidantes como alfa-tocoferol.















Em modelos de animais, os flavonoides demostram efeito de reduzir os níveis plasmáticos de colesterol e triglicerídeos e aumentar significativamente a capacidade antioxidante plasmática.











Foi demostrado também efeito de cardioproteção contra a isquemia-reperfusão e proteção contra danos oxidativos em células nervosas.







Os flavonoides demostraram aumento da função ventricular pós-isquemia, redução da área e formação de radicais livres nos locais de infarto.







Os benefícios foram identificados também em outras áreas, como aumento da síntese de colágeno, promoção da renovação celular cutânea, aumento da elasticidade e flexibilidade dos tecidos vascular e articular.









Os flavonoides presentes nas uvas reduzem o risco de aterosclerose, diminuindo a deposição de LDL nas paredes vasculares.















Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma associação inversa entre o risco de DCVs (Doenças Cardiovasculares) e o consumo de vinho, fonte de flavonoides. Em geral, encontra-se uma diminuição de 30% a 40% para doenças coronarianas e 10% a 20% para mortalidade em geral em indivíduos que fazem ingestão considerada moderada desta bebida.




sábado, 23 de julho de 2011

Principais Problemas - Complicações do Diabetes Mellitus

O terceiro tema da série Principais Problemas da Área de Bela Visa é: Complicações do Diabetes.






Identificamos, na análise da situação de saúde da área de Bela Vista, um total de 76 diabéticos cadastrados no sistema de informação da atenção básica (SIAB). Como mencionado em outra postagem, a população total da área de Bela Vista é de 2.680 pessoas. Portanto, os diabéticos cadastrados correspondem a 2,8% desta população. É um número extremamente baixo, que certamente não condiz com a nossa realidade. No Brasil, por exemplo, a prevalência atual de diabetes é estimada em 12%.




  

Algumas considerações devem ser feitas a respeito das causas deste baixo número de diabéticos encontrado. Primeiro, sabemos que muitos diabéticos já diagnosticados, e em tratamento na área de Bela Vista, ainda não estão cadastrados nos sistemas de informação, fazendo com que apareça um número de diabéticos bem menor do que o real. Além disso, imaginamos que há muitos diabéticos na área ainda sem diagnóstico, pois nunca fizeram um teste de glicemia e não têm conhecimento que estão afetados.







Se com os hipertensos ficamos surpresos com o baixo número encontrado, com os diabéticos esta surpresa foi ainda maior. Pois não há como acreditar que apenas 2,8% da população que atendemos são diabéticos. Temos certeza que há muito mais diabéticos que este número encontrado (76). Estimamos que haja ao menos o dobro. Uma prevalência de 5% a 6%, cerca de 150 diabéticos, provavelmente esteja mais próxima da nossa realidade. Mas para ter certeza, necessitaríamos conduzir um estudo de prevalência na nossa área. Este também é um dos nossos projetos futuros, assim como para hipertensão arterial, iremos conduzir uma pesquisa para detectar o número de diabéticos na nossa área, através da medida de glicemia casual de uma parcela significativa da população. 




 




 
Os pacientes portadores de diabetes estão entre os que mais procuram os nossos serviços, ao lado dos idosos, mulheres e hipertensos. E o que leva a uma demanda maior destes pacientes não é só o numero elevado deles na área, mas as complicações da doença.


As complicações do diabetes estão, sem dúvida, entre os principais problemas da nossa área de trabalho. Temos muitos pacientes vítimas destas complicações, como: 1. vários casos de pé diabético, inclusive cerca de dez pacientes com amputação. 2. retinopatia diabética (perda da visão), dois casos de cegueira devido à doença. 3. Nefropatia diabética (perda da função renal) - 04 pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica (todos com Clearence de Creatinina abaixo de 60), em acompanhamento há mais de um ano. Nenhum deles em terapia renal substitutiva (CAPD ou Hemodiálise), ao contrário, todos com redução gradual da proteinúria e manutenção da função renal, graças ao diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo. Há pacientes com estas complicações que chegam a ser atendidos semanalmente.





 





A Sociedade Brasileira de Diabetes publicou dados importantes sobre a epidemiologia desta doença em suas Diretrizes para Tratamento e Acompanhamento do Diabetes mellitus (2007):


Uma epidemia de diabetes mellitus (DM) esta em curso. Em 1985 estimava-se que existissem 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse numero cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões no ano 2030.


O numero de indivíduos diabéticos esta aumentando devido ao crescimento e ao envelhecimento populacional, a maior urbanização, a crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como a maior sobrevida do paciente com DM. Quantificar a prevalência de DM e o numero de pessoas diabéticas, no presente e no futuro, e importante para permitir uma forma racional de planejamento e alocação de recursos.

No Brasil, no final dos anos 1980, a prevalência de DM na população adulta foi estimada em 7,6%; dados mais recentes apontam para taxas mais elevadas, como 12,1% no estudo de Ribeirão Preto, SP . Estima-se que em 2005 existam em torno de 8 milhões de indivíduos com DM no Brasil.


A influencia da idade na prevalência de DM e na tolerância a glicose diminuída foi bem evidenciada pelo Estudo Multicêntrico sobre a Prevalência do Diabetes no Brasil, no qual se observou variação de 2,7% para a faixa etária de 30-59 anos e de 17,4% para a de 60-69 anos, ou seja, um aumento de 6,4 vezes.

No mundo, o número de mortes atribuídas ao DM está em torno de 800 mil; entretanto é fato bem estabelecido que essa quantidade de óbitos é consideravelmente subestimada. 


Frequentemente o DM não é mencionado na declaração de óbito por serem suas complicações, as causas da morte. Uma figura mais realista sugere cerca de 4 milhões de óbitos anuais relacionados à presenca dessa doenca. Isso corresponde à cerca de 9% do total mundial de mortes. A maioria desses óbitos é prematura, ocorrendo quando os indivíduos estão contribuindo economicamente para a sociedade.






Na maioria dos paises desenvolvidos, quando se analisa apenas a causa básica do obito, verifica-se que o DM, entre as principais, figura entre a quarta e a oitava posição.

Sua natureza crônica, a gravidade de suas complicações e os meios necessarios para controlá-las tornam o DM uma doença muito onerosa, não apenas para os indivíduos afetados e suas famílias, mas também para o sistema de saúde.



Os custos diretos com DM variam entre 2,5% e 15% do orçamento anual da saúde, dependendo de sua prevalência e do grau de sofisticação do tratamento disponível. Estimativas do custo direto para o Brasil estão em torno de 3,9 bilhões de dólares americanos.



Inumeros indivíduos diabéticos são incapazes de continuar a trabalhar em decorrência das complicações crônicas, ou ficam com alguma limitação no seu desempenho profissional. Combinando as estimativas para 25 países latino-americanos, pode-se inferir que os custos decorrentes da perda de produção pela presença do DM podem ser cinco vezes maiores do que os diretos.


















Analisamos as causas e consequências deste problema de saúde na nossa área de abrangência, para entender porque ainda temos tantos diabéticos com níveis glicêmicos elevados e com tantas complicações.
 

Causas:

Alimentação inadequada, com muitas calorias;


Sedentarismo - Falta de atividade física.


Ganho de peso, sobrepeso, obesidade;




Tabagismo;
















Uso irregular ou inadequado de medicamentos;


 


Resistência ou medo ao uso de Insulina, mesmo quando absolutamente necessário, como nos casos em que as glicemias e hemoglobina glicada permanecem elevadas, apesar do uso da dose máxima de antidiabéticos orais.




 
Falta de medicamentos na unidade e dificuldade de comprar os mesmos em farmácia;





Falta de fitas de glicemia na unidade e demora excessiva em repor;




Falta de glicosímetros e fitas para fornecer aos pacientes, para o controle glicêmico no domicílio.



 
 


 

No caso das amputações de MMII: falta de informações e orientação sobre cuidados com os pés ou cuidados inadequados, tais como uso de substâncias inapropriadas, limpeza insuficiente, etc.











Consequências:


Pé diabético, com risco de amputação de MMII;



















Perda da função renal, com necessidade de CAPD (dialise peritoneal ambulatorial contínua) ou hemodiálise;







Retinopatia diabética, com diminuição ou perda da visão - cegueira;








Outras:

Aterosclerose;
Risco aumentado para Infarto agudo do miocárdio;
Risco elevado de AVC (acidente vascular cerebral);
Maior número de atendimentos em urgência e emergência;
Óbito pelas complicações do DM.




Por todos estes motivos, necessitamos antes de tudo conhecer o número real de diabéticos em nossa área de abrangência, inclusive identificando aqueles que são portadores da doença e desconhecem esta condição. 

Precisamos também detctar precocemente as complicações do Diabetes, através de exames periódicos nos portadores da doença, como: fundo de olho e microalbuminúria. 













E principalmente, necessitamos manter o diabetes bem controlado nestes pacientes, procurando atingir as metas de controle glicêmicos, com a hemoglobina glicada abaixo de 7,0%. Principalmente, para evitar as complicações desta doença, que surgem quando não há este bom controle. Pois sabemos o quanto estas complicações diminuem a qualidade de vida e autonomia destes pacientes, além de levar ao um elevado número de óbitos precoces em diabéticos.








Sintomas de Diabetes:



 Veja abaixo as áreas de maior risco para úlceras:



Veja também os cuidados com o pé:





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